sinto falta de algum vício. algo que me justificasse frente a ousadia do povo - aquele ridículo bonito, fraquezas gritadas, o erro cometido. diriam em minhas costas em delírio: - pobre coitada, são os hábitos! - e eu aos trapos, dentes tortos, hálito cetônico, extasiada e divertida com os olhos insaciados, inerte ao próprio ego, analisada e estuprada em meu íntimo. defeitos e imperfeições repetidos em várias línguas onde já haveriam passado a minha e outros tantos braços que entrelaçados em meu tronco me arrastariam e puxariam meus cabelos e cuspiriam em minha cara. o álcool, as drogas, o amor, essa gente toda patética que se norteia pelo vago, limita o horizonte a uma análise pessoal naufragada de preconceito e exterioriza a maldade de seus espíritos de porcos tal qual desprezo nos dá a mãe da criança grande que ainda permite o bico. o vício da língua maldita que tudo pragueja, que rogam a Deus o castigo divino e a este mesmo Deus puniram com a cruz e trazem as mãos sujas de sangue de gente e bicho. e eu, me encontrando aqui, nesse lugar que não me reconheço, planejando seu afeto em meu tempo, estilhaçadas horas corridas, que voam, e passam, e confundem meus sentidos com esse futuro que quando vejo, já se foi... sem fim.