Águia

Sobrevoô teu céu em círculos - em mim tantos pontos internos que resultam nesse ciclo. Avisto de longe tua noite e teu dia, incansável e sedenta rapino. A delicadeza de tua carne fraca frente minhas garras - e minha covardia bruta frente à dois olhos de menino. Qual a distância ao nosso centro? A sucessão de meus atos não leva a nenhuma constante - reconheço minhas falhas - a cada novo voô, não tarda a cair-me as penas e desnuda tocar o chão. A realidade carnívora que tema em chegar a todos nós e ferir-nos a pele. Mas há este pedaço de mim que já é teu e então exijo que o tome! Cessa minha caça e seja pouso e ninho - seja em mim o que serei em ti, insígnia que perdura em teu corpo o que há muito tempo levo em mim.