Adeus

Então era o adeus. Quantas formas de adeus conhecera? Havia enterrado um cão certa vez na infância - porém não se lembrava do sentimento de peito escavado que ali agora presenciava. Quantos amigos havia deixado pra trás? A sutileza do tempo é dispersar o que amamos lentamente - quando se vê já é o fim. E de repente tomada assim - gesto profano de um coração duro que apenas dizia não amar mais. Crescera nessa mentira hollywoodiana de que o amor é suficiente -porém não o era. Desacreditara em deus ainda na adolescência - o coração bondoso não a permitira. Se entregou ao destino desde pequena e este esbofeteava-lhe a cara sem pena. Cresça, infeliz! Vê se aprende: adeus é o tchau mais triste que existe.