era tão estranho te olhar dentro dos olhos

Tínhamos um trato: você me amaria e em troca te perdoaria pelos erros do passado. Não soube onde deixar as mãos quando fui dar o adeus... Aquele gesto se tornou tão vazio, quase que profano.

Senti vergonha pelo Amor usado e barato que te ofereci. Tão desarrumado, imundo, tão sem graça, insosso, tão sem vontade. Eu sabia que poderia te amar mais e melhor do que fazia, mas a vontade jazia estancada no vão da porta, não a deixando fechar completamente.

Gostava de ver teus olhos marejados e imaginar você rolando pela cama a noite, cheio de vontade de me ter, sem orgulho, sem auto-respeito. Sentia que assim estaria sendo vingada pelas vezes que chorei e você nada sentiu, nada fez.

Agora olho pela janela. O céu possui esta cor azul-esbranquiçada, acredito que assim ele se absolve de nossa cumplicidade... E não faz mais dias cinzentos como os que eu vi.