Sério que ainda existe gente condenada a acreditar que estamos destinados à almas gêmeas? Contos de fada são entediantes até quando em desenhos. Não somos assim, predestinados, caminhos traçados, rotas definidas. Não podemos ser. Qual é a graça? Eu quero é poder cruzar com um desconhecido na rua e ter a pretensão de que ele me faria cócegas até não aguentar mais, mas que não mexeria na minha gaveta de escrituras. Quero poder trocar olhares, inventar amores, martirizar histórias não vividas, amar desconhecidos, outros e tantos que nunca vi, nunca saberei. Quero transar sem compromisso, me doar sem expectativas, acreditar em mil amores. Não posso e não vou trilhar uma vida à espreita, à espera da vontade arrogante do destino de achar que ele, este pobre coitado, seria capaz de me completar. Completar? Metade da laranja, mesmo? Eu quero é acordar em cada manhã poder olhar no espelho e saber: o amor da minha vida tá ali, refletido. E seguir o meu caminho...