Desculpe meus modos desastrados. Descobri que posso incumbir a culpa a algo inerente à vida: o tempo. É isso. Tenho pouco tempo de existência nesse mundo cristão. Então, moço, desculpe meus modos desastrados. Minha juventude cisma em passar depressa, e depressa com ela movem-se minhas mãos, que seguram meus dias apertadamente entre os dedos, para que eles não escapem numa curta noite qualquer, enquanto derrubo tudo à minha volta. Desculpe meu sexo agitado. Talvez ainda não tenha aprendido direito, talvez ainda não tenha desaprendido, deixado maquinado, programado, então, seu moço, desculpe meu sexo irritado. Desculpe meus olhos desinteressados. Há um pássaro que voa longe no céu, tão alto, mas tão alto que não é possível imaginar. Ele voa enquanto outros, não como eu, caminham apressados para seus trabalhos, com seus olhos focados, chatos, então, moço, desculpe meus olhos desinteressados. Desculpe meu coração acelerado, que diz sempre - vai!, e me impede de ficar. Ficar ao seu lado. Desculpe, moço, agarrei-me à vida como você, que tanto se agarra ao passado.