NIRVANA


Tenho estado embriagada pelo cheiro do café da manhã: o calor morno do pão fresco posto na mesa em meu rosto ainda deitada na cama, o cheiro do café que exala teus poros, suco doce de fruta que mora em sua língua. Meus sentidos atentos a seus estímulos - papilas gustativas em minhas costas e despertar num clarão de serenidade que me fustiga os olhos. Eles todos embaralhados me confundindo os cheiros em seus gostos e meus olhos em seus toques, e eu ali... miúda, sofrida, danada, atenta as gentilezas que leva e trás na sua candura e pureza, me lambendo as feridas de outrora, livre de anseios e desejos me ensina: conhece-te a ti mesmo, acalma o coração e abraça, que meus átomos são teus átomos, então se de todo puro é, de toda pura sou.