o irmão de Eros

Abracei-me com Caos em noite gelada - sempre soube que ele não era o excesso: era o vazio. E como todos nós - mal julgado e interpretado ascendera sob pedaços estigmatizados que lhe impuseram. Não falava - não sorria - não lhe vertia lágrima em face alguma, ali não havia nada. O era antes de tudo, sobre os ombros o peso dos sexos e gritos, e choros, e guerras, e filhos sem mães que não havia gerado. Carregava-nos todos sobre seu nada. Não havia nada, meu Deus... Esta terra sem forma e vazia. As trevas sobre o abismo. Onde pairava o espírito de Deus? Pai e Mãe de tudo o que haveria de vir após a ausência, e toda a mãe de filhos, aceita o que lhe é imposto. A única palavra que me proferiu fora esta: Eu sou- Eu serei. Permanece menina, fecha teus olhos e veja: o caos sempre provém do amor.