duas estrelas

Minha binaridade me preocupa: ora sou dois olhos que vêem o mundo tão amarelo e bondoso, pra num tropico - bosta! perde-se tudo na boca suja que mal-diz a vida, o tempo seco e a vizinha. Minha maleficência caminha toda enfeitada em seus ruminares e falácias que as vezes nem nota a benevolência que passa distraída e sem expectativas num simples "bom dia" que me esqueço de retribuir. E eu, centro de massa comum desses dois corpos celestes que em mim orbitam, ora boa, ora má, apenas antevejo a colisão que logo se dará: e então, meu amigo, serei estrela cadente - iluminando o céu do que é bom e do que é ruim, no espetáculo da humanidade maniqueísta que rondam esses dias.