Você não sabe, mas estes caminhos que trilhei, estas mãos que segurei, fizeram de mim lar. E sou sala de estar - festa que convida - amigos no sofá - sorriso que lhe ameniza as feridas de outrem. Eu sou cozinha - mão que alimenta - palavra que sustenta, prato feito de paz. Sou quarto - descanso do corpo, meus beijos espalhados neste rosto que comigo se deita, que na chance de ir - fica, e dorme. Sobe as escadas devagar e não bate na porta, entra aqui, desfaz as malas e minha casa é sua: venha quando quiser, parta quando decidir. Desfaça meus colares de miçanga e bagunce minha ordem, pois eu, eu sou casa - sou fixa e fico - não parto. E essas partidas, já aprendi, sempre deixam algo, e acrescentam mais um cômodo nessa casa.