oração

A gente morre - todo dia. Quando apático aos olhos alheios faz-se piada do sofrimento imposto e uma mão estendida é sinônimo de rosto virado que faz às vezes de quem "não viu", "não sabe". Dessa gente santa que se cega às próprias custas frente aos pequenos impropérios cometidos, mas que munidos de punho e sangue ferozmente dilaceram a carne fraca e ruminam a cólera que reverbera nossos dias. Morre-se na cruz apedrejada e no pecador não bem vindo nos reinos do céu. Pois ali há de ser um banheiro impecável de azulejos e cristais, e deus, este pobre coitado, criatura fadada a limpar para sempre e todo o sempre a oratória "do bem" que regurgita nos nossos tempos. Se possível de uniforme, claro. Amém.