preateritus.a.um

Havia promessa feita de que me comporias todas as rimas que ainda não houvessem neste mundo... veja só, como são doces os sonhos de menina: cândura virgem frente à vividez que cruelmente os anos - e o mundo, e as cousas, e as gentes - haviam retalhado em seu peito, onde logo aprenderia que nunca éramos somente nós toda aquela bagunça de pronomes pessoais. Ansiosa respirava o futuro do nosso pretérito, meu mau português não me permitira uma boa conjugação verbal e você, meu professor, oratória graduada ensinava-me imperativo: compõe tu! E via em mim o que não via em ti - flor que havia tardado em seu florescer, era eu enquanto você já havia sido.
Nunca abandonou-me o tempo verbal: hoje vivo o presente mais que indicativo da ação que é tomar a própria vida pela mão e com ela enamorar-se. E uma coisa te digo: componho eu mesma as mais belas canções que já ouvi.
Do latim amor, era seu nome próprio.
Debutava-me as vontades que trazia, 
me fazendo sua menina
(outrora tola e distante) 
que após construção deste ninho
suas penas macias
- uma por uma -
fez pouso em minha vida.
Cabelos louros,
filho de Vênus,
faça de mim Psiquê;
Porque te amo?
Porque me permites...